segunda-feira, 30 de junho de 2014

QUATRO VEZES MAIS LEITE POR TRABALHADOR


Com base no post de ontem, discorro hoje sobre um cenário não acadêmico.

Conheço uma propriedade no Triângulo Mineiro com o seguinte cenário: 200 hectares no total, cerca de 50 hectares entre reserva legal e área de proteção permanente, e 20 outros com pequenas lavouras de mandioca, abacaxi e floresta artificial.

Os restantes 130 hectares são totalmente dedicados ao rebanho leiteiro, dimensionado para manter entre 90 e 100 vacas em lactação, com produção total média de 800 kg de leite/dia.

O regime é pasto de sequeiro e suplementação durante o período seco com silagem de milho e milheto. Uma pequena área de cana ajuda no processo.

Propriedade é povoada com algo um pouco superior a uma cabeça de bovino por hectare disponível, considerando o rebanho inteiro, com bezerros, novilhas e vacas secas.

Cerca de metade da área disponível é de dedicação exclusiva às vacas em lactação (1,53 vaca/ha). Quatro pessoas dedicam todo o seu tempo ao negócio do leite. Algo como 200 kg/homem dia (Argentina 1200 kg e Nova Zelândia 1800 kg - ver postagem mais abaixo).

Agora as contas: A área dedicada as estas lactantes poderia ser reduzia a 10 hectares intensivamente explorados, incluindo irrigacão e pastejo rotacionado. Um salto de 6,5 vezes na lotacão. O sistema intensivo, com capins do tipo tifton e vaqueiro é capaz de fazer as mesmas vacas dobrarem a produção. Teríamos 400 kg/homem dia.

Percebe-se a possibilidade de dobrar a renda reduzindo a um sexto a área explorada. Fica a reflexão sobre se os mesmos 4 trabalhadores seriam capazes de utilizar outros 10 hectares nas mesma condições, chegando a 4 vezes a produção homem dia original (ainda assim longe da Argentina e nem metade da Nova Zelândia ).

Custo por litro? Explore o vídeo do outro post e verá que o custo unitário de produção diminui.


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